Como a tecnologia poderia ter evitado o papelão ocorrido no jogo entre Brasil e Argentina?

 

Momento em que funcionários da ANVISA entram em campo para retirar 3 jogadores
da Argentina que haviam omitido informações para o órgão regulador sanitário
Imagem: Nelson Almeida (AFP)
 

No dia 05/09/2021 um dos momentos mais constrangedores do futebol sul-americano aconteceu na Neo Química Arena, onde 4 jogadores da seleção argentina de futebol omitiram informações para o órgão fiscalizador das questões sanitárias do Brasil (ANVISA). Mais especificamente, esses 4 jogadores deveriam ter feito uma quarentena obrigatória no país, visto que segundo as leis sanitárias brasileiras dizem que viajantes que passaram pelo Reino Unido nos últimos 14 dias deveriam fazer uma quarentena obrigatória no país, para posteriormente ingressar no país, mas os 4 omitiram a informação de que estiveram no país em questão nos últimos 14 dias. A principal questão levantada por jogadores, como Lionel Messi, e por diversos veículos de imprensa nacionais e internacionais foi a liberação dos jogadores em entrar no país e a demora do órgão regulador sanitário brasileiro para notificar a AFA das irregularidades presentes nas documentações fornecidas. Entretanto, existira uma forma de a tecnologia ter impedido tudo o que aconteceu dentro do estádio do Corinthians.

Partindo do pressuposto do acordo do Mercosul, onde os cidadãos dos países integrantes do Mercosul não são obrigados a apresentar seu passaporte, mas apenas a sua identidade, não existe nos dias atuais uma forma de descobrir por onde os interessados em ingressar no território brasileiro estiveram, por isso houve a demora em identificar a situação irregular dos 4 integrantes da seleção argentina de futebol. Mas, poderia existir uma solução simples e eficiente para que situações como essa pudessem ser identificadas de forma mais pratica, que seria a criação de uma espécie de sistema de comunicação entre os países do Mercosul, onde seria feito uma troca de informações dos dados do passaporte dos cidadãos interessados em entrar nos países.

Assim como, nos dias atuais, as empresas de transporte fretado do Brasil são obrigadas a enviar uma lista de passageiros, a ANTT para realizarem viagens interestaduais, um órgão regulador de um país poderia enviar, via sistema, os dados mais recentes de aonde os passageiros de um voo estavam, antes de pegar esse voo em direção ao outro país. Um exemplo básico de como essa fiscalização poderia ser feita: Suponhamos que existe um voo saindo de Buenos Aires (Argentina) e está indo em direção a São Paulo (Brasil), o órgão responsável pelo controle de imigração e emigração do país de origem enviaria para o mesmo órgão, mas do país de destino (referencialmente antes da saída do voo) uma lista com os nomes e dados de cada passageiro e em quais países eles estiveram dentro do prazo de um mês. Após o envio e recebimento dessas informações, via sistema, o órgão regulador do país de destino aplicaria um filtro nas informações recebidas, para que fosse verificado se poderia existir alguém que deveria entrar em isolamento, como no caso dos jogadores da AFA, ou poderia acontecer a aplicação de sansões previstas na lei do país de origem para as respectivas pessoas que possam possuir qualquer irregularidade para a entrada no país de destino. Toda essa ação aconteceria de forma ágil e pratica.

Obviamente, para que esse sistema fosse implementado, seria necessário a aprovação de todos os países do Mercosul, além de investimento monetário para o desenvolvido desse sistema, a aquisição de equipamentos eletrônicos (como computadores) mais modernos e a contratação de mais funcionários para realizarem essa função, de forma que não sobrecarregue a todos. Mas, com o constante avanço da tecnologia, deveríamos aproveitar isso para garantir o bem-estar das pessoas e para evitar que mais acontecimentos, como o que aconteceu com a seleção argentina, possam se tornar mais recorrentes com o passar do tempo.

   

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